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Recentemente, o fotógrafo teve 30 anos de sua carreira
expostos na FAAP. O público pode conferir mais de 350
registros, feitos entre os anos de 1983 e 2013. “O brasileiro
adora fotografia porque é um povo muito criativo e quer
quebrar as fronteiras do dia a dia”, avalia Mitteldorf.
“Vemos novas exposições serem realizadas todos os dias.
Em São Paulo, você pode escolher entre mais de 30 opções.
Isso prova que o Brasil precisa e consome esse tipo de
produto”, acredita. Ele completa: “o mercado é muito aberto.
Precisamos alimentar as pessoas com ideias novas, sempre!”
Além da águas, as cores fortes e a expressão de sentimentos são
as características mais marcantes da obra de Klaus. “Gosto de
usar cores incomuns, descobertas nas minhas pesquisas”, pontua
ele, que se confessa um admirador das novas tecnologias. “Tudo
mudou. No início, eu fazia um trabalho manual, quase braçal.
Agora, fotografar está mais fácil, barato e rápido”, pondera.
“Hoje a fotografia procura novas sensações. Eu transformo as
imagens, as desconstruo com manipulação digital”.
Essas transformações são mais marcantes na série de
fotos intitulada “Introvisão”. “Tento entrar no mundo
dos sentimentos das pessoas e recriar o mundo delas,
interpretando o que vejo à minha maneira. Coloco a minha
cabeça no lugar delas – não quero chegar à sua realidade, mas
ao que imagino que seja a sua realidade”, filosofa o fotógrafo,
que acredita que a abstração e a fantasia criadas nesses
retratos de pessoas anônimas possam induzir o expectador
ao que ele mesmo vê. “Às vezes consigo colocar os meus
sentimentos na pessoa que estou imaginando”, revela.
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