Após três anos seguidos de demissões, a economia brasileira voltou a gerar empregos com carteira assinada em 2018, quando foram abertas 529.554 vagas formais, informou na última quarta-feira (23) Ministério da Economia via CAGED. Essa é a diferença entre as contratações, que totalizaram 15.384.283 em 2018, e as demissões — que somaram 14.854.729 pessoas.
De acordo com dados oficiais, esse também foi o melhor resultado, para um ano fechado, desde 2013 — quando foram abertos 1.138.562 empregos com carteira assinada. Deste modo, é o maior número de vagas abertas em cinco anos.
Saldo de empregos formais e mês de dezembro
Com a criação de empregos formais em 2018, o Brasil fechou o ano com um estoque de 38,39 milhões de empregos formais existentes. Anteriormente, no final de 2017, o saldo de empregos formais estava em 37,86 milhões de vagas. Ademais, o resultado de 2018 representa o estoque mais alto, registrado no fim do ano, desde 2015 — quando 39,20 milhões de pessoas ocupavam empregos com carteira assinada.
Apenas em dezembro de 2018, porém, houve fechamento de vagas. Esse é um mês que tradicionalmente há demissões de trabalhadores com carteira assinada. Em dezembro do ano passado, foram fechadas 334.462 vagas formais.
Trabalho intermitente
Segundo informou o Ministério da Economia, foram realizadas 69.985 admissões e 19.951 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente no ano de 2018. Com isso, houve um saldo positivo de 50.033 empregos no período. O trabalho intermitente ocorre esporadicamente, em dias alternados ou por algumas horas, e é remunerado por período trabalhado. Foram registradas ainda, no ano passado, 68.925 admissões em regime de trabalho parcial e 47.551 desligamentos, gerando 21.374 empregos formais no último ano.
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Ano de 2018 por setores (empregos criados)
Conforme revelam os números do governo, sete dos oito setores da economia abriram vagas no ano passado. Acima de tudo, o setor de serviços foi o que mais abriu vagas, e a administração pública foi o único setor que demitiu trabalhadores. Veja abaixo os resultados:
• Construção civil: 17.957 postos
• Indústria de transformação: 2.610 empregos
• Indústria extrativa mineral: 1.473 postos formais
• Serviços Industriais de Utilidade Pública: 7.849 vagas
• Administração pública: -4.190 empregos
• Comércio: 102.007 vagas formais
• Agropecuária: 3.245 vagas
• Serviços: 398.603 empregos
Regiões do país
De acordo com o Ministério do Trabalho, todas as cinco regiões do país registraram mais contratações do que demissões no ano passado.
• Região Sudeste: 251.706 vagas abertas
• Região Nordeste: 80.639 vagas criadas
• Região Norte: 28.161 vagas abertas
• Região Centro-Oeste: 66.825 vagas criadas
• Região Sul: 102.223 vagas abertas
Retirar a ‘tutela’ do Estado
De acordo com o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, o presidente Jair Bolsonaro já anunciou que o atual governo vai “acentuar as conquistas estabelecidas com a reforma trabalhista”.
“Acreditamos que há uma necessidade de retiramos ainda mais a tutela do Estado na relação entre o público e o privado, entre os trabalhadores e empregadores, para facilitar a vida daqueles que querem empreender no Brasil. Vamos desburocratizar, permitir que um número maior de trabalhadores saiam da informalidade”, declarou.
Ele observou que o modelo tradicional de contratações, por meio da carteira de trabalho, é importante e será apoiada, mas acrescentou que também é preciso olhar para os trabalhadores “intermitentes” (que trabalham por horas, ou por dia) e, também, que atuam por meio de aplicativos.
Salário médio de admissão
Da mesma forma, o governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 1.531,28 em dezembro do ano passado, o que representa uma alta real, com os valores sendo corrigidos pelo INPC, de R$ 3,14 em relação ao patamar do mesmo mês de 2017 (R$ 1.528,14). Em novembro de 2018, ainda de acordo com informações oficiais, o salário médio de admissão estava em R$ 1.528.40.
Via InvesteSP.
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