O Banco Central decidiu ontem, por unanimidade, reduzir a Selic para 6,0%, sinalizando que poderá haver ajuste adicional.
Segundo o comunicado, a evolução do cenário e do balanço de riscos permitiu esse ajuste. O Copom reforçou que os núcleos de inflação seguem em níveis “confortáveis” e que o balanço de riscos evoluiu de maneira favorável, o que é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante (2020). As projeções de inflação apontadas no documento indicam números abaixo do centro da meta neste ano e no próximo. Em relação à atividade econômica, o BC entende que há possibilidade de retomada do processo de recuperação, e que este deverá ser gradual.
Mais uma vez, o Copom reforçou a importância de avanços concretos na agenda de reformas para a queda da taxa de juros estrutural, o que acreditamos poderá ocorrer no médio prazo. Havendo espaço para essa queda, o ciclo afrouxamento monetário pode ser ainda maior do que hoje previsto nos modelos do BC, que está ao redor de 50 a 75 b.p. adicionais.
Quanto aos próximos passos, o Comitê sinalizou que a consolidação do cenário benigno de inflação deverá permitir ajuste adicional – deixando a porta aberta para corte na próxima decisão, ainda compatível com as projeções do modelo. Se a atividade seguir fraca, o espaço para que esse orçamento se amplie irá aumentar.
Diante desse comunicado e da evolução recente do cenário, acreditamos que o Banco Central fará outro corte de 0,50 p.p. na próxima reunião, levando a Selic para 5,5%. Com isso, reavaliaremos a trajetória para o restante do ano em nossa revisão mensal de cenário, após a ata do Copom.