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Em live com a XP Investimentos ALSHOP pede planejamento para reabertura do comércio

A convite da XP Investimentos o presidente da ALSHOP, Nabil Sahyoun, falou sobre a crise financeira do comércio, decorrente da pandemia do COVID-19, a um público composto por investidores e profissionais do mercado financeiro. Durante a live o presidente falou sobre as perspectivas do comércio, a negociação de alugueis com shoppings e franqueadores e a dificuldade do setor que vive a realidade das lojas fechadas em todo o Brasil.

 

Em termos numéricos 577 shoppings centers em todo o país estão fechados, salvo algumas exceções como o estado do Tocantins e algumas cidades do país com poucos casos de coronavírus. Nabil Sahyoun destacou as ações tomadas na negociação do pequeno empresário com o dono do shopping bem como a falta de providência do governo do estado quanto a um plano de reabertura além de uma negociação de impostos como o ICMS.

 

Governo precisa se engajar

 

“Temos diálogo com o governo do estado, federal, prefeitura, com os empreendedores de shopping e administradoras, que não param de entrar em contato conosco pelos canais da ALSHOP. As pequenas empresas não têm capital de giro superior a 30 dias, estão cheios de mercadoria em estoque e há muitas lojas que devem fechar as portas”, disse Sahyoun lembrando que no caso da prefeitura de São Paulo, por exemplo, o pagamento do IPTU não foi suspenso “sem falar que o governo federal está ajudando os municípios que não querem abrir mão de nada [em termos de receita]”, disse.

 

O presidente da ALSHOP disse aos investidores que, junto com outras sete entidades do comércio e serviços, houve uma reunião on-line com o vice-governador paulista, Rodrigo Garcia, onde foi pedida uma ação imediata com um plano de reabertura gradual do comércio. “Precisamos de equilíbrio e bom senso com saúde caminhando junto com a economia pois sem economia amanhã não teremos condição de manter os serviços de saúde também”, alertou.

 

Setores mais afetados

 

Na transmissão, questionado por investidores quais seriam os setores mais afetados pela paralisação, o presidente da ALSHOP mencionou que todos os segmentos de um modo geral estão sendo afetados, mas que o vestuário, que corresponde a mais de 50% das lojas dentro dos empreendimentos, e toda a área de alimentação, são os que mais perdem com as medidas de fechamento.

 

Mesmo atendendo com o delivery, o setor de alimentação, por ter grande movimento dentro dos shopping centers, está sendo seriamente afetado. Na avaliação da ALSHOP isso ocorre porque a população está com medo de fazer contato com o entregador e por não saber de que forma o alimento foi manuseado ou mesmo por economia de recurso, tamanha a tensão transmitida para a população por meio da imprensa.

 

Como será o retorno dos shoppings

 

Questionado pelos investidores sobre como o retorno e o movimento dentro dos shopping centers do país se dará, Nabil destacou que teremos inicialmente um movimento muito baixo pós-reabertura, representando de 15 a 20% do movimento normal das lojas, pela instabilidade econômica gerada na população o que afetará o consumo. Porém, as empresas que fizerem investimento e forem agressivas neste momento, com grandes campanhas de marketing, promoções especiais e liquidações para queima de estoque, terão um retorno muito melhor do que aquelas que não planejarem nada.

 

“Sabemos que quando ocorrer a reabertura estaremos preparados para novos protocolos de saúde, de distanciamento, de higienização de ambientes e até restrição do horário de funcionamento para reduzir custo e despesas enquanto o consumidor estiver cauteloso”, pontuou Nabil Sahyoun.

 

Durante a live, uma das perguntas foi direcionada a respeito das ações tomadas tanto a da MP 936 quanto de linhas de crédito se teriam sido efetivas ou não. Nabil Sahyoun elencou ações já tomadas e também as dificuldades de acesso a crédito com juros elevados bem como a interferência de setores como sindicatos em acordos individuais, cobrando taxas para homologar esse acordo.

 

O executivo lembrou que neste momento é preciso equilíbrio, respeito pelas pessoas que trabalham e participação dos empresários nas decisões a serem tomadas pelo governo junto ao setor produtivo, pois essa é a melhor forma de estabelecer a reabertura dos shoppings e do comércio. “Todos temos responsabilidade e daremos exemplo de recuperação ao mundo, se houver uma integração de todos os envolvidos”, finalizou.