Operadoras elogiam encontro sobre banda larga

As empresas de telefonia móvel e fixa e as de tevê por assinatura entraram oficialmente nos debates sobre o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), a ser lançado ainda este mês pelo governo.

Esse foi o sentimento dos executivos das operadoras, depois de três horas de reunião sobre o programa ocorrida com a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, e com o coordenador dos programas de Inclusão Digital da Presidência da República, Cezar Alvarez.

A reunião com os empresários aconteceu três dias após a apresentação do PNBL à representantes das entidades da sociedade civil, que contou com a participação de dois ministros e do presidente Lula.

E foi marcada após o envio de carta dos empresários ao governo, cobrando mais transparência no debate.

O receio das operadoras , segundo um dos empresários, é com a possível concorrência no varejo com a empresa pública, que provavelmente será a Telebrás.

Segundo o presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente, concretamente foi um grande passo conhecer em detalhes os estudos que foram feitos até agora e abrir a oportunidade para que os grupos técnicos das empresas e do governo possam interagir para analisar opções técnicas que funcionem na prática.

?É importante que o nível de profundidade seja aumentado e isso só acontecerá com a participação das operadoras, que hoje detêm mais conhecimentos, têm mais informações a respeito das dificuldades, das oportunidades para propor soluções possíveis?, diz.

Valente, que também preside a Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações), disse que a reativação da Telebrás foi comentada durante a reunião, mas não foi o tema mais importante.

?A apresentação versou mais sobre os objetivos, perspectivas de demanda, sobre as características do backbone do setor elétrico e sobre um conjunto de medidas que estão sendo estudadas sob a ótica de regulamentação e políticas públicas?, afirma.

“Estamos tranqüilos porque o encontro foi boa oportunidade de dialogar.

Quanto a eventuais concorrentes, o importante é que a gente saiba também quais serão as características dessa concorrência.

Se os concorrentes estiverem sujeitos às mesmas regras e obrigações, então não é problema” Para o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, o plano é ?bacana? e a reunião serviu para que os empresários contribuíssem com sugestões sobre modelos de negócios.

Ele comenta que não há hipótese da Oi não participar desse plano, a concessionária nacional, responsável por 90% da universalização feita no Brasil.

?Ninguém resolve este problema sozinho.

Então eu acho que as múltiplas redes das empresas de telecomunicações, podem ajudar o governo a atingir determinados esses objetivos?, ressalta.

O diretor de Regulamentação da TIM, Mário Girasoles, considera que o compartilhamento no atacado de infraestrutura, seja pública ou privada, na transmissão, e competição no varejo é o mix ideal para fazer o setor crescer.

?E me parece que as linhas gerais do PNBL são nesse sentido.

Obviamente, há problemas técnicos, mas a abertura de uma grande mesa de cooperação é uma ótima premissa para fazer aquilo que todo o mundo quer que é seguir em frente?, relata.

O presidente da Vivo, Roberto Lima, o diretor de Regulamentação da Claro, Ropdolpho Tourinho, e o diretor de Marketing da NET, Rodrigo Marques, também participaram do encontro.