Lula empossa Barreto na Justiça e diz não ser possível “inventar ministros” no último ano

Ao dar posse nesta quarta-feira (10/02) a Luiz Paulo Barreto no Ministério da Justiça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que os secretários-executivos irão assumir os lugares dos ministros que deixarem o governo para disputar as eleições de outubro.

Segundo o presidente, em seu último ano de governo não será possível “inventar ministros”.

O presidente disse que a medida evita ainda embaraços aos partidos da base aliada.

Pelo menos outros 15 dos 37 ministros já mostraram interesse em disputar cargos na eleição de 2010, no Legislativo, nos Executivos estaduais, e a Presidência da República, caso da ministra da Casa Civil Dilma Rousseff.

“Eu estou fazendo uma opção neste último ano de governo em relação aos ministros que querem ser candidatos.

Acho legítimo ser candidato.

Agora, não vou inventar um novo ministro.

Colocar uma nova pessoa significa trazer uma nova secretária e, até montar um ministério, terminou o mandato.

As pessoas que estão trabalhando vão assumindo gradativamente.

Eu também não quero criar embaraço para ninguém, para nenhum partido.

Quanto mais trabalho e menos buchicho todos nos ganhamos com isso”, disse.

O presidente afirmou ainda que a saída de um ministro é sempre um momento difícil.

“Esse é um momento sempre difícil.

Toda vez que tem que fazer uma troca é um momento duro, mas até tem momentos que a saída de um ministro é menos sofrida, que é quando ele quer sair.

O momento duro é quando cabe ao presidente querer tirar o ministro e ele acha que não é o momento e que ainda não conseguiu cumprir sua tarefa”, disse.

Barreto é funcionário de carreira do Ministério da Justiça e assume o comando da pasta porque Tarso vai disputar o governo do Rio Grande do Sul pelo PT.

Tarso é o primeiro ministro a deixar o governo por causa das eleições.

A expectativa é que outros saiam no final de março.

Pela Justiça Eleitoral, os ministros-candidatos precisam sair até 3 de abril.

Na cerimônia de posse, o presidente fez diversos elogios a Tarso e reforçou a confiança em Barreto.

O deputado José Eduardo Cardozo (PT) também foi cotado para o posto.

“O Barreto conhece a máquina por dentro, é amigo de todo mundo e não tem como a gente não confiar em um homem de carreira do Ministério da Justiça.

Ele está há 26 anos no ministério.

Vai surgir um momento em que os governos vão aproveitar pessoas da estrutura para assumir um cargo importante”, disse.

Para Lula, Barreto terá que dar continuidade ao trabalho da pasta e focar as ações para a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Segundo o presidente, Tarso foi ousado e impetuoso à frente do Ministério da Justiça, especialmente valorizando a Polícia Federal.

“Eu quero agradecer ao Tarso Genro que foi ministro da Educação, das Relações Institucionais, e cuidou do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

Em todas as áreas, ele prestou um serviço ousado, foi impetuoso”, disse.