Uma árvore foi a causa apontada pela Eletronorte para o desligamento da linha de transmissão nesta quarta-feira (10/02) no Tocantins, o que provocou o apagão que atingiu 11 Estados das regiões Norte e Nordeste do país.
Os galhos da árvore, segundo a estatal, cresceram e se aproximaram dos cabos de transmissão suficientemente para romper o isolamento elétrico do ar, permitindo que a energia passasse através da árvore.
Com isso, a linha desligou-se.
Mesmo sem ocorrer o contato direto, a energia “saltou” para a árvore, chegando à terra.
Os cabos geralmente não são envoltos por isolantes.
Segundo a Eletronorte, a descarga elétrica queimou parte da copa da árvore.
As torres que sustentam as linhas de transmissão têm 20 m etrosde altura.
Nesta quinta-feira (11/02), técnicos percorreram os cerca de 250 km de linha de transmissão entre as subestações de Colinas do Tocantins (TO) e Miracema (TO), trecho que foi desligado, para identificar a causa do problema.
A falha foi localizada a cinco quilômetros da subestação de Colinas do Tocantins.
A Eletronorte informou que as árvores sob as linhas de transmissão são podadas periodicamente e que é política da empresa manter o máximo possível a vegetação.
A estatal nega que tenha havido falha na manutenção e que acidentes como este são incomuns.
Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema), o desligamento da linha da Eletronorte, que interliga o Norte e o Nordeste com o sistema nacional, interrompeu em 30% a carga para o Nordeste (3.
000 MW) e 20% para o Norte (860 MW).
O apagão começou às 14h52 (horário de Brasília) e em 40 minutos a energia já havia voltado na maior parte das áreas atingidas.
A linha da Eletronorte foi reenergizada às 17h29 desta quinta.
O problema registrado na quarta nos 11 Estados brasileiros ocorre poucos meses depois depois de um grande apagão registrado no ano passado.
Em 10 de novembro, a falta de energia afetou 18 Estados –além do Distrito Federal– e deixou 70 milhões sem luz por mais de três horas.
O governo atribuiu a um raio o desligamento de linhas de transmissão.
Segundo o ONS, porém, o mau funcionamento de isoladores em condições de chuva pode ter sido a causa.
Há quase 11 anos, outro apagão atingiu por até quatro horas dez Estados e o Distrito Federal.
O governo Fernando Henrique Cardoso também atribuiu na época o fato à queda de um raio.
Posteriormente, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) falou de uma associação de problemas em equipamentos da subestação de Bauru (SP).
Para evitar problemas durante o Carnaval deste ano, empresas distribuidoras de energia dos dois Estados que mais recebem foliões no Nordeste estão investindo em ações preventivas e no reforço das equipes de prontidão.
A Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia) afirmou ter investido R$ 905 mil em ações de manutenção preventiva.
A Celpe (Companhia Energética de Pernambuco) diz que faz ações preventivas desde dezembro e que, a partir desta sexta (12/02), reforçará o efetivo de atendimento.