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A atividade econômica do Brasil cresceu 0,84% no mês de setembro

Fechou o terceiro trimestre com alta de 1,12% na comparação com os três meses anteriores, segundo dados apresentados nesta quinta-feira (14) pelo IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central).

O indicador é conhecido por antecipar o resultado do PIB (Produto Interno Bruto), que equivale à soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país.

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Banco Central explicita motivos para início da alta de juros

A ata da última reunião do Copom indica que a surpresa com a atividade econômica, num contexto de expectativa de inflação desancorada, foi um fator decisivo para o início do ciclo de alta de juros.

Na estimativa do Banco Central, a surpresa com a atividade levou o hiato para o campo positivo, tornando mais desafiadora a redução da inflação em direção à meta.

O Comitê mostrou desconforto com o aumento dos salários em ritmo superior ao crescimento da produtividade.

Ainda que não encontrem evidências de que a pressão salarial tenha impactado os preços, a diretoria acredita que ainda haverá elevação da inflação por conta desse fator.

O Comitê entende que a composição da inflação piorou. A alta da inflação de bens industriais e de alimentos é possivelmente explicada pela depreciação cambial e fatores climáticos. Isso, aliado ao hiato positivo, torna mais difícil a convergência da inflação, segundo a ata.

O contexto global, por outro lado, é mais benigno. Os EUA iniciaram o ciclo de corte de juros e a desaceleração da economia chinesa indica que os preços das commodities devem se manter comportados.

Assim como no comunicado, a ata não indica qual será o ritmo de alta dos juros nas próximas reuniões.

Na avaliação do Banco Central, o ideal seria iniciar o ciclo de forma gradual, de modo a permitir que os mecanismos de política monetária comecem a atuar.

As próximas decisões serão guiadas pelo compromisso de convergência da inflação à meta.

Nossa avaliação: esperamos aumento da Selic até 11,50% no início do ano que vem, contando com alguma desaceleração da atividade, apreciação da taxa de câmbio e acomodação nas expectativas de inflação ao longo dos próximos meses.

A projeção de inflação do Banco Central, no horizonte relevante para a política monetária, indica chance de que os juros podem ser um pouco maiores do que o nosso cenário base.

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IPCA-15 sobe 0,19% em agosto

A alta de 0,19% no IPCA-15, em agosto, foi ligeiramente mais alto do que nossa projeção (0,16%).

Em doze meses, a inflação acumula alta de 4,35%, contra 4,45% no mês anterior.

Em relação à nossa projeção, a queda do preço dos alimentos foi um pouco menos intensa, com destaque para os produtos in natura.

Por outro lado, o aumento do preço da gasolina foi um pouco mais baixo.

Os bens industriais acumulam alta de 1,0% nos doze meses encerrados em agosto, contra 1,2% em julho.

Nas métricas mais curtas, observamos alguma aceleração da inflação de bens industriais, em especial nos produtos duráveis, o que pode ser os primeiros sinais de repasse cambial.

Os serviços estão rodando em 4,8% na variação trimestral anualizada.

Os serviços intensivos em trabalho estão desacelerando nos últimos meses, 4,5% na média de três meses anualizada.

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BC está perseguindo o centro da meta

O Banco Central está perseguindo o centro da meta de inflação.

Ao contrário do período 2013 a 2015, quando claramente o BC mirava a inflação em torno do limite superior da meta, desde 2016 a meta implícita perseguida está bem próxima do centro, mesmo que com alguma flutuação.

Entendemos que há incerteza sobre a condução futura da política monetária, mas não há, na atuação atual do Copom, qualquer indício de mudança de postura nos últimos anos.

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Indústria cresceu em ritmo acelerado em junho

A produção industrial subiu 4,1% em junho, após queda de 0,9% no mês anterior. Com isso, o setor avançou 0,7% no segundo trimestre e deve contribuir para o crescimento do PIB no período.

Ainda não conhecemos os números regionais, mas é possível que o resultado de junho esteja relacionado a retomada do setor no Rio Grande do Sul.

A produção de bens de consumo, que cresceu quase 7% no mês, foi quem puxou a indústria em junho.

A produção de bens intermediários, que representa cerca de 60% na indústria total, também teve desempenho positivo e cresceu 2,6%.

A produção de bens de capital, que largou o ano com taxas elevadas de crescimento, desacelerou e cresceu 0,5% em relação a maio. Já os insumos típicos da construção civil avançaram 1,7% no mês.

Esses números indicam desempenho positivo da formação bruta de capital fixo no segundo trimestre do ano, mesmo que em ritmo menor do que o verificado nos primeiros três meses do ano.

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O setor de serviços cresceu 0,5% em abril

O primeiro resultado do segundo trimestre foi positivo para o setor de serviços, que viu o segmento de Outros Serviços ser o destaque da divulgação com crescimento de 5% na margem, puxado principalmente pelas atividades auxiliares dos serviços financeiros.

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PIB cresceu 0,8% no primeiro trimestre, puxado pela demanda doméstica

O crescimento na margem foi em linha com a nossa projeção e é equivalente a uma alta interanual de 2,5%.

Pelo lado da oferta, o aumento do PIB no trimestre foi liderado pelos serviços e pela agropecuária, enquanto a indústria teve leve retração, por conta das quedas na construção e extrativa, que compensaram o crescimento da indústria de transformação.

Pela ótica da demanda, o consumo voltou a crescer com força após ficar de lado no final do ano passado e a formação bruta de capital fixo avançou 4,1% na margem, elevando a taxa de investimentos de 16,2% do PIB no quarto trimestre de 2023 para 16,7% no primeiro deste ano.

Esse resultado reforça a nossa visão de um crescimento acelerado em 2024, liderado pelo consumo, que é reflexo do mercado de trabalho dinâmico.

Os investimentos são a notícia positiva e indicam que o crescimento tendencial da economia pode ser um pouco maior do que o consenso.

Projetamos alta do PIB de 2,3% neste ano.

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Arrecadação federal segue com crescimento robusto

Apoiadas por uma atividade forte e pelas medidas tributárias aprovadas no final do ano passado, as receitas federais somaram R$ 228,9 bilhões em abril.

Esse resultado veio em linha com o esperado e representa uma alta real interanual de 8,3%, acelerando em relação ao observado em março.

Os impostos relacionados à massa salarial e ao consumo seguem impulsionando a arrecadação, com PIS e Cofins beneficiados pelo efeito base relacionado ao retorno da tributação sobre combustíveis (cerca de R$ 3 bilhões de impacto).

De acordo com nossas contas, excluindo esse efeito, ainda teríamos um crescimento interanual real da ordem de 6,8%.

Até o momento, o bom desempenho da arrecadação nos fez revisar a nossa projeção para o resultado primário, que atualmente é de déficit de 0,5% do PIB.

As medidas de auxílio ao Rio Grande do Sul, ainda que não contabilizadas para efeitos de cumprimento da meta, terão impactos no primário deste ano e podem alterar nossas projeções.

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Surpresa com o resultado do balanço de pagamentos de março não altera o cenário positivo das contas externas

O saldo em conta corrente ficou negativo em US$ 4,6 bilhões no período, pior do que o esperado por nós e pela mediana do mercado (US$ 3,0 bilhões).

Assim como nas divulgações anteriores, a balança comercial segue a responsável por reduzir o déficit em conta corrente e manter o cenário favorável para as contas externas, compensando parte das saídas nas contas de serviços e de renda.

Esperamos que esse impulso permaneça ao longo do ano. Na conta financeira, a entrada de US$ 9,6 bilhões de investimento estrangeiro direto surpreendeu as expectativas, alcançando 3,0% do PIB em doze meses e sendo mais do que suficiente para financiar o déficit em conta corrente da ordem de 1,5% do PIB.