Em relação à evolução do cenário, o colegiado avaliou que os indicadores recentes seguem compatíveis com uma trajetória de desaceleração da atividade econômica nos próximos trimestres, embora o forte desempenho do setor agropecuário tenha favorecido o resultado do PIB do primeiro trimestre.
A inflação ao consumidor, por sua vez, seguiu acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta em diversas medidas subjacentes, de acordo com o BC, que também alertou para a reaceleração das métricas de 12 meses em um futuro próximo.
As projeções do Copom para o IPCA no cenário de referência
passaram de 5,8% para 5,0% em 2023 e de 3,6% para 3,4% em 2024.
O colegiado optou por remover do comunicado as projeções do cenário de Selic constante ao longo de todo o horizonte.
Em relação à comunicação anterior, o Copom fez poucas mudanças na avaliação do balanço de riscos.
Do lado dos riscos de alta para a inflação, cabe destacar que o colegiado avalia que há alguma incerteza “residual” sobre o desenho final do arcabouço fiscal.
Do lado baixista, o BC seguiu elencando o risco de uma queda adicional dos preços das commodities em moeda local, mas qualificou que acredita que parte importante desse movimento já foi verificado.
Por fim, o comitê avaliou que a conjuntura atual segue demandando cautela e parcimônia.
De acordo com a comunicação, os próximos passos dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária, e das expectativas de inflação, destacadamente para os prazos mais longos.
Embora, em nossa avaliação, os dados de inflação tenham evoluído de maneira mais favorável desde a última reunião, o Copom trouxe poucos elementos que indiquem início iminente do ciclo de redução de juros.
Seguimos antevendo o início da flexibilização monetária em setembro, mas não descartamos um corte de juros em agosto, caso a evolução das variáveis destacadas pelo Copom continue favorável.
Fonte: Bradesco-DEPEC