O comunicado trouxe poucas novidades em relação ao anterior e a principal mudança aconteceu no cenário externo, que agora é descrito como adverso, em função da elevação da curva de juros norte-americana e das novas tensões geopolíticas.
Em relação ao cenário doméstico, o comitê enfatizou que os dados de atividade econômica estão consistentes com o cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres, enquanto os preços ao consumidor mantiveram a trajetória de desinflação, mas salientou que as medidas subjacentes ainda se situam acima da meta.
A principal alteração nas projeções de inflação do Banco Central ocorreu para este ano, passando de 5,0% para 4,7%.
Para os próximos anos, as projeções sofreram ligeiras revisões altistas, de 3,5% para 3,6% em 2024 e de 3,1% para 3,2% em 2025.
O comitê avalia que o ritmo atual de cortes é consistente com uma política monetária restritiva, ainda necessária para o processo de desinflação e convergência das expectativas para a meta, reforçando que, se confirmado o cenário esperado, esse ritmo é apropriado para as próximas reuniões.
Em nossa avaliação, a despeito da piora do cenário externo, o Banco Central seguirá reduzindo a taxa Selic em 0,5 ponto percentual. Assim, seguimos projetando taxa Selic terminal de 11,75% e 9,25% ao ano em 2023 e 2024, respectivamente.