Sem apontar maior preocupação com os recentes choques de inflação, Copom sinaliza manutenção da Selic nos próximos meses, condicional ao cenário. Conforme esperado, o BC manteve a taxa Selic inalterada em 2,00% a.a., por unanimidade. No mesmo dia de anúncio de várias medidas de restrição à mobilidade na Europa, o Comitê reconheceu haver alguma desaceleração na economia global, por conta da “ressurgência da pandemia em algumas das principais economias”. No cenário doméstico, o colegiado continua apontando recuperação econômica, mas com diferenças setoriais, o que também ocorre em outras economias. Ademais, há a visão de que o crescimento futuro permanece com incerteza elevada, principalmente depois que os estímulos emergenciais forem dissipados. No que tange à inflação, há
o reconhecimento de pressões “fortes” no curto prazo, resultados acima do esperado e aumento das projeções para o restante do ano.
Contudo, o BC mantém o diagnóstico de que o choque, muito concentrado em alimentos, é temporário, alertando que “monitora sua evolução com atenção”. As projeções de IPCA consideram o câmbio partindo de R$/US$ 5,60 e evoluindo de acordo com a paridade de poder de compra. Sob o cenário básico, de juros subindo de acordo com o Focus, as projeções subiram em relação ao cenário híbrido
utilizado anteriormente como referência, mas continuam abaixo das metas no horizonte até 2022. Já sob o cenário com juro constante o IPCA projetado para 2022 é de 3,8%. Cabe destacar que o referido ano tem ganhado relevância nas decisões de política monetária.
Fonte: Bradesco – DEPEC