A inflação de 1,34% registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em janeiro foi a taxa mensal mais expressiva para a cidade de São Paulo desde fevereiro de 2003 e a terceira maior alta em 16 anos para o período.
O indicador foi puxado principalmente pelos grupos transportes e educação.
A informação é da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Em 2003, a inflação mensal medida na cidade foi de 1,61%.
Naquela ocasião, o indicador ainda era pressionado pelos impactos da forte valorização do dólar ante o real.
A inflação divulgada nesta terça-feira também é a mais expressiva para janeiro desde 2003, quando o índice avançou 2,19%.
Em maio de 2008 a inflação paulista também atingiu um dígito, ficando em 1,23%.
São Paulo não registra deflação mensal desde fevereiro de 2006, quando o índice recuou 0,03%.
Na terceira medição de janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve alta de 1,16%.
Em janeiro de 2009, o avanço correspondeu a 0,46%.
O reajuste da tarifa dos ônibus urbano e o aumento das mensalidades escolares tiveram forte impacto no resultado do mês.
Os Transportes tiveram alta de 4,58% e contribuição de 0,72 ponto porcentual (54,08%) de todo o IPC, enquanto a Educação subiu 4,42% ante variação de 0,10% em dezembro e representou 0,16 ponto porcentual (12,34%) do IPC.
O grupo Transportes teve sua maior taxa mensal desde dezembro de 2006.
O maior vilão da inflação na capital no primeiro mês de 2010 e principal causador de uma taxa tão forte foi o reajuste de 17,4% que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) determinou para as passagens de ônibus no município.
Tal aumento fez com que, no IPC da Fipe, o item ônibus apresentasse uma elevação de 13,74% em janeiro ante variação zero em dezembro.
Os itens lotação e integração, que também haviam mostrado estabilidade no último mês de 2009, tiveram comportamento de alta expressiva por conta do reajuste promovido pela Prefeitura.
O primeiro subiu 15,38% em janeiro.
O segundo avançou 5,93%.
Já o destaque de educação foi o subgrupo Ensino Escolar, que apresentou elevação de 5,05%, formada por altas nos segmentos de Educação Infantil (6,87%), Ensino Fundamental (6,88%), Ensino Médio (6,69%) e Ensino Superior (2,89%).
Além disso, a alta nos preços dos alimentos in natura, impulsionada pelas chuvas mais intensas do que o normal, influenciou de maneira importante a variação do grupo Alimentação, que apresentou elevação de 1,52% ante queda de 0,24% em dezembro e representou 0,34 ponto porcentual (25,78%) de toda a inflação paulistana.
O subgrupo Produto In Natura avançou 4,44% no primeiro mês de 2010 ante variação de apenas 0,35%.