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João Amoêdo fala com a Alshop no almoço do Prêmio Lojista

João Amoêdo é um dos fundadores do Partido Novo, que presidiu até julho de 2017. Ex-executivo, engenheiro e administrador de empresas, o pré-candidato à presidência da República participou do almoço em homenagem aos finalistas do Prêmio Lojista Alshop, realizado pela Alshop em 5 de junho, no WTC.

Ele defende o livre-mercado e as liberdades individuais. Também atua pelo fim da impunidade, principalmente em casos de corrupção e é um dos poucos pré-candidatos que não responde a nenhum processo na justiça. Em sua plataforma destacam-se as ideias de redução do estado, maior autonomia do indivíduo e diminuição dos impostos.

Em entrevista exclusiva, João fala sobre as semelhanças e diferenças com outros candidatos presentes ao evento (Flávio Rocha e Geraldo Alckmin), conta como pretende ficar conhecido pelos eleitores e reforça a necessidade de implementarmos mudanças urgentes no Brasil.

O senhor tem uma plataforma de Governo bastante parecida com as apresentadas por Flávio Rocha e Geraldo Alckmin. Quais são os seus diferenciais? O que o senhor traria de novo para a política?

Em relação a esses dois candidatos eu diria que a principal diferença é que não estamos comprometidos com o modelo [político]. A minha pergunta é: partidos tradicionais, que estão acostumados a fazer essa mesma política antiga do “toma lá, dá cá”, do fisiologismo, de ter como vantagem poder escolher ministérios, poder nomear presidentes e diretores de empresas estatais…

Esses partidos que se viabilizaram com dinheiro público estarão, de fato, dispostos a fazer uma mudança?

Mudança essa que trará a eles uma incerteza maior e a necessidade de competir dentro de novos parâmetros, como se fosse um mercado novo, um mercado aberto?

Eu acho pouco provável que esses partidos venham fazer as mudanças estruturais que o país precisa. Esse é grande diferencial do Novo. Nós, de fato, queremos fazer mudanças para que o país deixe de estar preocupado em não virar uma Venezuela e possa virar uma Austrália, uma Nova Zelândia, um Canadá, uma Suíça. Esse é o meu questionamento mesmo sobre as “pessoas novas” [candidatos que não vêm da política] mas que estão em partidos viciados pelo modelo de Estado.

O que o senhor traz da experiência na iniciativa privada e da trajetória como executivo /empresário para uma possível gestão do país? Como resolver a falta de experiência em cargos eletivos?

Não é difícil adaptar primeiro porque a nossa gestão pública é muito ruim. Os resultados estão aí para mostra que o Brasil vai mal em educação, em saúde, em segurança… A gestão pública é sofrível. O que são práticas da iniciativa privada que temos que implementar na pública e que, por diversos motivos (por vezes até por falta de interesse dos políticos) não foram implementadas?

A primeira é a questão de que temos que formar um bom time. Uma boa equipe com gente técnica, competente e qualificada. E não necessariamente usar os cargos, que são fundamentais para você dar um bom atendimento para o cidadão, para preenchimento político.

A segunda é a noção de que os recursos que o Governo têm são escassos, como temos essa noção no setor privado. Consequentemente, temos que definir prioridades, cuidar bem do dinheiro do pagador de impostos. Muitas vezes o que acontece na visão dos governantes é que os recursos são ilimitados, porque quando acaba o dinheiro eles aumentam os impostos.

Terceiro é que temos que ter prioridades. Não adianta o Estado querer achar que vai fazer tudo. Que vai cuidar dos hospitais, de saúde, de segurança, que vai cuidar de Correios, que vai cuidar de Petróleo. Tem que selecionar as prioridades. Então são essas as coisas que eu quero trazer para a iniciativa privada.

E, claro, usar os bons recursos que têm no meio público. Tem gente boa lá. Agora, no Brasil, como há uma troca frequente acaba havendo a descontinuidade. Entra um governante, ele deixa para trás tudo o que foi feito e passa a fazer tudo de novo. Nós não temos esse problema: nosso compromisso é com as boas ideias. E não o compromisso de tirar a gestão anterior e apontar em que ela foi ruim. O importante é o país crescer!

E quais “boas ideias” o senhor manteria?

Algumas coisas que foram feitas eu entendo que foram boas. A Reforma Trabalhista foi interessante; o teto dos gastos foi fundamental! Nós, dentro de casa, temos um teto: “não podemos gastar mais do que isso”. Temos que equilibrar.

Outra coisa que foi feita foi o combate à inflação. O presidente do Banco Central me parece um técnico bem competente, uma pessoa que eu gostaria que fosse mantido. São algumas coisas que eu gostaria de manter e até me preocupo quando vejo alguns pré-candidatos dizendo “vou revogar o teto de gastos”, “vou rever a Reforma”, coisas que estão ajudando os cidadãos brasileiros.

 

Hoje temos um cenário com 17 pré-candidatos à presidência. Fervilham notícias sobre a formação de blocos: o de “centro-esquerda”, o “democrático”, algumas forças-tarefas contra o “Bolsonaro”. Qual o cenário o senhor acredita ser o mais favorável para a sua candidatura?

Eu aposto que haverá uma formação natural de blocos porque algumas candidaturas vão se mostrar inviáveis sozinhas. Muitos têm o projeto de se eleger e haverá a discussão, em determinado momento, se continuará candidato à presidência, ao Senado, à Câmara. A minha avaliação é de que haverá, de fato, coligações. Eu não fico preocupado sobre qual dos dois cenários será melhor, o principal, na nossa avaliação, é que cresceremos na medida em que as ideias do Novo serão conhecidas.

Então, o nosso desafio é, muito menos, lutar contra o que existe aí e mais deixar as nossas ideias conhecidas. Mas o cenário natural é termos uma redução e chegarmos a 10 candidatos, aproximadamente.

A nossa ideia é não entrar nesses “blocos” e, sim, manter a candidatura. Até porque não vemos nesses outros uma identidade total. Tenho muito receio de partidos já tradicionais não implementarem as mudanças que precisam ser feitas. Durante o processo pré-eleitoral, você fizer compromissos que te dificultam e tiram a liberdade para fazer as coisas que precisam ser feitas o projeto já nasce comprometido. Tenho receio de que isso acontecerá. E isso ficará explícito para a população, o que fará com que o novo tenha mais atrativos para quem quer uma mudança.

 

Como está sendo trabalhada a divulgação da sua “pessoa” e da sua plataforma? O senhor ainda é um “desconhecido” dos eleitores.

É natural que isso aconteça porque eu não era uma pessoa pública enquanto falamos de candidatos que estão aí há 50 anos; vários deles já participaram de várias campanhas e eleições. Eu não tinha essa exposição e o Novo também é um partido recente. O que nós temos feito? Hoje eu sou o pré-candidato que mais cresce nas redes sociais e que tem o maior nível de engajamento. E nós temos feitos muitos eventos pelo Brasil.

Em 2017, realizamos 890 eventos em 200 e poucas cidades. Esse ano, estamos fazendo mais. Então, é esse boca a boca que vai nos ajudar, além da demanda das pessoas por renovação.

Eu já tenho sentido essa evolução no meu dia a dia.

 

O senhor também tem interesse em conquistar os eleitores de centro-esquerda, que estão “órfãos” com a ausência do Lula?

Todos! O trabalho do Novo é para o cidadão brasileiro. Não estamos pré-definindo nenhuma classe, nenhuma categoria, nós queremos defender o brasileiro. E, especialmente, os que mais precisam que são os mais pobres! Os que estão em uma “categoria melhor” já estão com a vida meio ganha. O Estado as atrapalha – mas não tanto.

Agora, o sujeito mais pobre que não tem escola para matricular o filho, que não tem um posto de saúde funcionando, que é assaltado no trajeto de uma hora e meia entre a casa e o trabalho, esse precisa ter. E o objetivo é ajudar mais a essas pessoas. Então não há problema nenhum em “receber” esses eleitores de esquerda. O mais importante é: temos que deixar claro o modelo [de gestão] que será melhor para ele.

As pessoas, durante muito tempo, ouviram propostas que não levavam a lugar nenhum. Eram boas intenções que não traziam coisas práticas. E é isso que precisamos explicar de forma muito tranquila, simples e objetiva.

 

Percebi três pilares da sua plataforma: saúde, educação e segurança. Onde entra a moradia, já que a “casa própria” é o sonho da maior parte dos brasileiros?

O grande problema do Brasil é que precisamos gerar mais riqueza. Precisamos gerar mais renda. Para quê? Para que os cidadãos, eventualmente, tenham a opção de usar a rede privada, para poderem comprar seus imóvel, para poderem manter a casa. Isso não acontece porque o Brasil tem pouca liberdade econômica. É muito difícil a pessoa montar um negócio e empreender e acabam sendo jogadas pelo Estado na informalidade. Então, na medida em que tivermos mais liberdade econômica, um ambiente mais propício para os cidadãos abrirem seus pequenos e médios negócios, as pessoas vão conseguir gerar renda, produzir riqueza e comprar a sua moradia.

 

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