O IPCA-15 avançou 0,57% em abril, desacelerando em relação a alta de 0,70% do mês anterior e acumulando 4,20% no acumulado em doze meses.
O destaque positivo dessa leitura foi o alívio da inflação de alimentos, em função das quedas de preços de carnes e produtos in natura.
Para o ano, projetamos alta de 2% dos preços de alimentação no domicílio, com viés de baixa.
Por outro lado, a surpresa altista em itens que compõem o núcleo traz alguma cautela com o processo de desinflação, sobretudo no setor de serviços.
Os preços de serviços ganharam força neste mês, inclusive nas medidas subjacentes, revertendo o sinal de março.
Os bens industriais, da mesma forma, cederam menos do que o esperado, com maior pressão em artigos de residência e automóveis.
Ao mesmo tempo, a dinâmica de preços no atacado segue com dinâmica benigna, contratando algum alívio à frente.
O IGP-M, conhecido nesta manhã, registrou queda de 0,95% em abril, abaixo do esperado (-0,74%), com deflação de produtos agrícolas e industriais.
Em resumo, o IPCA-15 de abril mostrou certa deterioração da inflação subjacente na margem, com persistência da inflação de serviços e alguns bens, enquanto o IGP-M sugere uma dinâmica positiva para a inflação de alimentos e bens industriais ao longo dos próximos meses.
Estimamos que o IPCA irá desacelerar até junho, voltando a subir e encerrando o ano ao redor de 6,2%.
Fonte: Bradesco-DEPEC