Nesta semana, o mercado fez ajustes importantes em suas projeções esta semana, com revisões baixistas na inflação, no PIB e nos juros. Segundo o Relatório Focus, a mediana das projeções para a Selic no final deste ano passou de 6,5% para 5,75%, e para o final de 2020 passou de 7,0% para 6,5%. A intensificação das percepções de queda da Selic ainda este ano veio junto com revisões baixistas no crescimento do PIB (de 1,0% para 0,93%) e na inflação (de 3,85% para 3,83%). Para 2020, a mediana das projeções do IPCA ficou praticamente inalterada (de 4% para 3,99%) e o crescimento do PIB teve ligeiro ajuste (de 2,23% para 2,2%). Por fim, as medianas das projeções para a taxa de câmbio no final deste ano e do próximo seguiram em R$/US$ 3,80.
Segundo o Relatório Focus, o mercado fez novas revisões baixistas para o PIB deste e do próximo ano, ajustou suas projeções do IPCA para 2019 e Selic para 2020. A mediana das projeções para o PIB deste ano passou de 1,13% para 1,00%, e de 2,50% para 2,23% em 2020. Em relação à inflação, a mediana das expectativas passou de 4,03% para 3,89% em 2019 e para o ano que vem seguiu ancorada em 4,00%. As expectativas para a taxa Selic permaneceram em 6,50% para o final de 2019 e passaram de 7,25% para 7,00% para o final de 2020. Por fim, as medianas das projeções para a taxa de câmbio no final deste ano e do próximo seguiram em R$/US$ 3,80.
De acordo com dados disponibilizados pelo Banco Central (BC), por meio do Relatório Focus, a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região – para 2019 teve uma ligeira queda, indo de 1,70% para 1,49%. A previsão para o próximo ano permanece a mesma, de 2,50%.
Já a média das projeções para o Índice de Preço do Consumidor (IPCA), que mede o preço médio de itens de consumo e serviços, aumentou: passou de 4,01% para 4,04%. Para 2020, esta projeção segue em 4,00%. Já em relação a taxa de câmbio, a média para até o final deste ano segue em US$ 3,75. Já para o final de 2020, subiu de US$ 3,79 para US$ 3,80.
A taxa Selic – responsável por registrar todas as operações relacionadas a títulos do Tesouro Direto -, se mantém até o final deste ano no estipulado pelo BC em setembro de 2018: 6,50%. Já ao encerrar 2020, a taxa terá uma manutenção, registrando alta de 1% (de 6,50% para 7,50%).
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) voltou a reduzir nesta quarta-feira (6) a previsão de crescimento da economia brasileira para 2019. No entanto, a entidade estima agora que o país crescerá 1,9% este ano, contra 2,1% na projeção anterior, que já havia sido reduzida em novembro.
Dessa forma, a projeção da OCDE sobre a economia brasileira ficou abaixo da prevista pelo mercado brasileiro. Segundo o último relatório focus do Banco Central, a média esperada pelos economistas de mais de 100 instituições financeiras, como visto aqui, é de alta de 2,3% do PIB em 2019.
Apesar da piora na estimativa para o Brasil, a organização apontou em seu relatório que uma recuperação moderada está a caminho no Brasil. “A melhora na confiança dos empresários, a redução de incertezas políticas, inflação baixa e melhora no mercado de trabalho vão ajudar a demanda doméstica”, diz o relatório.
Confira o gráfico com o histórico anual do PIB brasileiro:
De acordo com os dados os especialistas do mercado financeiro se decepcionaram com o PIB de 2018; consequentemente, a previsão para este ano foi menos generosa.
Mesmo assim, esses fatores não são suficientes. Parte do crescimento esperado está associado à aprovação da reforma da Previdência. O governo federal espera que ocorra no primeiro semestre do ano, mas essa não é a opinião do mercado. Analistas acreditam que só ocorrerá no fim do terceiro trimestre, em meados de setembro.
O governo optou por encaminhar uma nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o que desanimou parte do mercado. “Vários agentes esperavam que utilizasse o texto encaminhado pelo ex-presidente Michel Temer em 2016. Foi uma opção que demandará mais tempo”, destacou Alessandra Ribeiro, sócia e economista da Tendências Consultoria.
DESACELERAÇÃO CHINESA PREJUDICA PIB MUNDIAL
Além disso, a organização também piorou a sua projeção para a economia mundial este ano, estimando um avanço de 3,3%.
Entre os principais motivos para a queda estaria a desaceleração da China, e consequentemente a zona do euro, atingindo assim o PIB mundial.
“Vulnerabilidades oriundas da China e o enfraquecimento da economia europeia, combinadas com uma desaceleração do comércio e da indústria global, alta incerteza política e riscos nos mercados financeiros, poderiam minar o crescimento forte e sustentável no médio prazo em todo o mundo”, diz a entidade.
A entidade alerta ainda que novas restrições comerciais e incerteza políticas podem trazer efeitos adversos adicionais ao crescimento global. Logo, a economia brasileira também poderá sofrer.
O Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços produzidos no país – fechou 2018 com crescimento acumulado de 1,1%, em relação a 2017, na série com ajuste sazonal. É o segundo crescimento consecutivo do PIB, que soma R$ 6,8 trilhões. Os dados fazem parte das Contas Trimestrais (PIB) para o 4º trimestre de 2018 já com o fechamento do ano e estão sendo divulgados neste momento pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Anteriormente o PIB também havia fechado 2017 com expansão de 1,1%, mas nos dois anos anteriores registrou queda: 3,3% em 2016 e 3,5% em 2015. O destaque foi o setor de serviços com o maior crescimento (1,3%), seguido da indústria (0,6%) e da agropecuária (0,1%).
Em contrapartida, o PIB per capita variou 0,3% em termos reais, alcançando R$ 32.747 em 2018. Já a taxa de investimento em 2018 foi de 15,8% do PIB, abaixo do observado em 2017 (15,0%), enquanto a taxa de poupança foi de 14,5% (ante 14,3% em 2017).
Frente ao 3º trimestre do ano passado, na série com ajuste sazonal, o PIB teve alta de 0,1% no 4º trimestre do ano, registrando o oitavo resultado positivo consecutivo nesta base de comparação. A agropecuária e os serviços apresentaram variação positiva de 0,2%, enquanto a Indústria recuou (-0,3%).
Em relação ao 4º trimestre de 2017, o PIB cresceu 1,1% no último trimestre de 2018, o oitavo resultado positivo consecutivo, após 11 trimestres de queda. Agropecuária (2,4%) e serviços (1,1%) cresceram, enquanto a indústria caiu (0,5%).Confira o histórico do Produto Interno Bruto (2010-2018):
fonte: tradingeconomics.com