Grandes empresários de diversos setores se reuniram na última terça, 16, em São Paulo, no Hotel Unique, para lançar o Manifesto da Sociedade Empreendedora pelo Imposto Único, pedindo a implementação deste novo modelo de imposto que irá simplificar a cobrança e ajudar a tornar a economia e o varejo mais dinâmicos. O projeto, que está em fase preliminar na Câmara, prevê a eliminação dos mais de 90 tributos no Brasil para manter um único tributo sobre movimentação financeira.
Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (ALSHOP), afirmou que o apoio a esse projeto é de extrema importância para o Brasil. “Hoje o País está completamente fora dos padrões tributários de países de primeiro mundo. Somos atrasados e essa reforma simplificará todos os impostos, gerando grande economia para as empresas e para o trabalhador brasileiro”, disse.
O Imposto Único seria cobrado sobre qualquer transação financeira entre contas correntes. Para isso haveria a cobrança de uma alíquota de 2,5% de quem paga e, também, de quem recebe. Em caso de saques, o percentual seria dobrado, ou seja, 5% para tributar as compras em dinheiro.
A retenção seria feita automaticamente pelos próprios bancos, impossibilitando a sonegação e simplificando a operação para o contribuinte. “É um projeto audacioso, sem dúvida, mas hoje há uma complicada cobrança de impostos em cascata”, comentou o executivo. Ele ainda explica como essa “cascata” funciona no varejo: “há a tributação na produção, no transporte, especialmente quando há mudança de estado, que é o caso do ICMS, na venda e em todo o processo”.
Segundo Sahyoun, com todos estes impostos cobrados em cada passo, grandes empresas contam com suporte jurídico para evitar mais perdas com impostos, “algo que inexiste em países desenvolvidos”, comentou. Este projeto, para o empresário, é a “chance para acabar com a sonegação, gerando um crescimento de 500 bilhões ao ano e resultando na geração de empregos e do poder de compra do assalariado”.
Nos últimos anos, a ALSHOP tem defendido a simplificação do cenário tributário e também as reformas estruturais em conjunto com entidades como a União Nacional das Entidades de Comércio e Serviço (UNECS).
Diante deste cenário, segundo Sahyoun, com a aprovação da reforma da previdência e a possibilidade da reforma tributária, o varejista será o beneficiado. “Entendemos que é um momento propenso para fazermos reformas estruturantes que beneficiarão não somente as entidades e os empresários, mas também dinamizarão o varejo, que será a mola propulsora da nossa economia tão combalida nos últimos anos com sucessivas crises”, finalizou.