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Comunicar e compartilhar valores são objetivos
que precisam de uma estratégia além do próprio
desenvolvimento do produto. Ultimamente, as marcas
têm investido bastante em branding, criando atmosferas
que transcendem em muitas vezes a realidade de seus
consumidores. “Tudo isso é tangibilizado, especialmente, no
design de suas embalagens, que assumem a personalidade
do produto, seja através de sinuosas curvas, para dar um
tom sexy, até linhas definidas e decididas, que demonstram
maturidade”, explica o designer.
É preciso entender como será a experiência daquele
consumidor com o seu produto. Se o produto for de uso
cotidiano, exigindo objetividade e agilidade, é claro que a
ergonomia e a funcionalidade devem ter um peso maior no
desenvolvimento da embalagem. “Para um bom projeto de
embalagem, em qualquer segmento, não somente a ergonomia,
a funcionalidade e a estética precisam ter sinergia entre si mas,
também, logística e armazenagem precisam ser levadas em
consideração”, pondera Ynouye.
Algumas vezes que o design é feito nitidamente pensando
no resultado estético/conceitual e não na ergonomia. Isso
pode não ser tão grave porque a tratar de um produto de uso
eventual: não se passa perfume repetidamente durante um dia.
“Só prá citar um erro bobo que eu vejo em alguns perfumes
famosos como Armani ou Calvin Klein (mas também outros): a
saída do spray é preta, da mesma cor da valvulinha que a gente
aperta, então nunca se sabe pra que ao lado ela está virada, o
que pode ocasionar alguns acidentes...”, lembra Santilli.
Armazenar perfume do ponto de vista funcional não
chega a ser um desafio, se bem que existam alguns erros
incompreensíveis – como uma tampa que se abre muito fácil,
dificultando o transporte seguro quando colocamos dentro de
um nécessaire – que podem ser facilmente solucionados com
um bom projeto de design.
Adequação