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Paris, Nova York, Londres, Milão, Tóquio,
Berlim. O que essas cidades têm em comum?
Além da história, da cultura e do cotidiano
cosmopolita, são reconhecidas como os
principais centros de moda do mundo. Com
estilo e personalidade variados, esses
locais se revezam no ranking mundial do
Global Language Monitor. O Instituto
rastreia a internet e a mídia impressa e analisa
opiniões e citações em 250 mil notícias
para determinar ‘a capital da moda’ a cada
temporada. Em fevereiro de 2014, São Paulo
ocupou o 7º lugar na lista.
Esta oscilação que acontece de ano para ano
nos relatórios do Instituto envolve critérios
além da moda – como política, economia,
consumo – que acabam influenciando
diretamente o mundo fashion. “O relatório
serve como um grande sinalizador, mas são
visões totalmente diferentes”, alerta a Diretora
de Pesquisa e Editora de Moda da Use
Fashion, Patrícia Souza. “É muito importante
que o mercado saiba entender essas diferenças
e, antes de tomar isso como regra, aprofunde
os critérios que levaram a esse resultado”.
“Não acho que São Paulo se compare a essas globalmente”,
avalia a editora de Moda da Revista Quem, Andressa
Zanandrea. Ela pontua que a moda produzida – e desfilada –
em São Paulo segue mais as tendências apresentadas em outros
locais e, também, propõe novidades influenciada pela moda
que é usada nas ruas desses grandes centros.
“Hoje, qualquer cidade pode ser uma grande fonte de inspiração
quando falamos de pesquisa de moda”, afirma Patrícia. Ela
declara que a interpretação depende do olhar do criador e da “sua
capacidade de transformar toda esta inspiração em um produto
que atenda às necessidades e desejos de seu consumidor”.
Mas há características inerentes a cada uma dessas capitais da moda.
Estilo, arquitetura, representação e a personificação das marcas que se
apresentam em suas semanas de moda são alguns desses elementos.
“A arquitetura e os vetores que representam a cultura de uma
cidade, sempre estarão relacionados com a moda representada
por ela, assim como serve até hoje como uma grande fonte de
inspiração”, lembra Patrícia. Um exemplo disso é o recente desfile
de Resort, da Louis Vuitton, apresentado em Mônaco, que trouxe
em sua coleção uma mistura de referências da arquitetura local.
Quanto à penetração da moda na população, nem sempre é tão
ampla como pode parecer. “A moda acaba interessando mais aos
jovens ou às pessoas que trabalham em setores artísticos, quem
gosta de se expressar com seu estilo. E essas pessoas acabam por
influenciar também a produção de moda local”, lembra Andressa.
Nas próximas edições, você conhecerá profundamente cada uma
dessas cidades. Agora, para atiçar a curiosidade, um resumo
mercadológico e cultural. Deguste!
ELAS SEDIAMAS PRINCIPAIS SEMANAS DE MODA DOMUNDO
– E SE REVEZAMNO RANKING “AMAIS FASHIONISTA”
Cultura+arquitetura=moda
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