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Eduardo Campos
ENTREVISTA
QUAL FOI/É A PARTICIPAÇÃO POPULAR NA
CRIAÇÃO DO PLANO DE GOVERNO?
EDUARDO CAMPOS:
Nesta campanha, eu e Marina
Silva, juntamente com nossos companheiros em todos os
Estados, vamos nos dedicar ao diálogo com cada brasileira
e cada brasileiro interessado em enfrentar os desafios que
estão postos ao Brasil para que ele faça jus a sua grandeza.
A aliança entre o Partido Socialista Brasileiro e a Rede
Sustentabilidade foi firmada em 5 de outubro de 2013 para a
construção de um programa de governo que permita ao país:
1.
Ampliar a participação da sociedade no debate e
nas decisões do Estado brasileiro, assegurando a
transparência na gestão pública e o controle social
mais ativo e eficiente;
2.
Assegurar o avanço nas conquistas econômicas e
sociais obtidas nos últimos 20 anos pela sociedade
brasileira;
3.
Criar as bases para um ciclo de desenvolvimento
sustentável, com aproveitamento eficiente de seu
potencial criativo e econômico e a preservação de seu
inestimável patrimônio ambiental.
Por meio de uma plataforma na internet (www.
mudandobrasil.com.br), mais de 6 mil pessoas enviaram
as contribuições a respeito desses três propósitos que
resultaram na formulação dos cinco eixos que compõem as
Diretrizes Programáticas da Aliança (Estado e democracia
de alta intensidade; economia para o desenvolvimento
sustentável; educação, cultura e inovação; políticas sociais e
qualidade de vida; novo urbanismo e pacto pela vida).
AAliança contou com a adesão de mais dois partidos: o PPS e
o PPL. A mobilização de militantes e simpatizantes das quatro
legendas amplificou o debate em todos os Estados e regiões do
país. Foram realizados Seminários Regionais sobre as Diretrizes
Programáticas nas cinco regiões do país, com encontros
em Porto Alegre (Sul), Rio de Janeiro (Sudeste), Salvador
(Nordeste), Manaus (Norte) e Goiânia (Centro-Oeste), com
cerca de 1.500 participantes em cada um. Em maio, realizamos
duas oficinas para ouvir especialistas sobre política econômica
e política energética, duas questões que estão no centro da
discussão sobre os rumos do desenvolvimento do país.
COMO REVERTER A CRISE DE CONFIANÇA
DA POPULAÇÃO NO GOVERNO E NAS
INSTITUIÇÕES?
EDUARDO CAMPOS:
Precisamos recuperar a
capacidade de o governo dialogar com todos os setores da
sociedade brasileira e colocar o Estado a serviço do cidadão
e não o contrário, como vemos hoje, em que os brasileiros
servem o Estado.
Como disse anteriormente, a Aliança PSB-Rede-PPS-PPL
tem o compromisso de ampliar a participação da sociedade
no debate e nas decisões do Estado brasileiro, assegurando
a transparência na gestão pública e o controle social mais
ativo e eficiente.
A SUA CANDIDATURA SURGE COMO UMA
ALTERNATIVA AO PT E PSDB. QUAIS SÃO
AS DIFERENÇAS DESSA COLIGAÇÃO EM
RELAÇÃO AOS DOIS PARTIDOS?
EDUARDO CAMPOS:
As conquistas obtidas pelo
povo brasileiro nos últimos 20 anos, a estabilidade
econômica e o aumento da inclusão social, correm o risco
de serem perdidas por conta do retrocesso na política.
Lamentavelmente, PT e PSDB são, hoje, os maiores
mantenedores das forças políticas que se alimentam da
fisiologia e do patrimonialismo, que tomam o Estado
brasileiro para satisfazer seus interesses.
Nós, do PSB e da Rede, nos aliamos para oferecer ao
país uma opção para romper com esse ciclo no qual a
bipolarização sufoca a democracia e estimula o sectarismo.
Juntamente com os companheiros do PPS e do PPL, não
temos nenhum problema em reconhecer que os ex-presidentes
Fernando Henrique Cardoso e Lula deixaram legados
econômico e social ao país. Precisamos unir o Brasil.
Como disse, PT e PSDB entendem que a governabilidade
deve ser sustentada na base de distribuição de pedaços
do Estado. Para nós, as alianças para governar devem ser
articuladas a partir de um programa que aponte para a
melhoria da vida do povo brasileiro. O debate é sobre as
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