Página 51 - Revista Alshop nº 225
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projetos de poder, partidários ou eleitorais.
A criatividade dos governantes e dos gestores públicos
deve se voltar para dar maior transparência às suas ações e
aos destinos das verbas pagas pelo contribuinte. Portanto,
a chamada contabilidade criativa deve ser abolida e
abominada como prática das autoridades.
Imediatamente, precisamos ajustar as ferramentas fiscais e
monetárias para o combate à inflação. Temos de retorná-la
progressivamente e consistentemente ao centro estabelecido
no Plano Plurianual (PPA), que é de 4,5% ao ano. A volta
da inflação é uma ameaça a todos, do mais simples dos
brasileiros a todos os empreendedores.
Uma das lições da crise financeira e econômica global
que enfrentamos é que as nações precisam dar atenção aos
desvios criados que taxam mais o consumo do que a renda.
No Brasil, até por conta das nossas desigualdades históricas,
precisaremos também enfrentar essa temática.
SÃO MUITOS OS PROBLEMAS DE
INFRAESTRUTURA NO PAÍS. POR ONDE
COMEÇAR A SOLUCIONÁ-LOS?
EDUARDO CAMPOS:
Pela definição clara de
quais são as questões estratégicas que o país deve tratar
para estabelecer as bases sólidas do seu desenvolvimento
sustentável. A infraestrutura deve estar a serviço da
expansão consistente da economia, da redução contínua das
desigualdades sociais e regionais e da preservação do nosso
patrimônio ambiental. Nossas carências nesse setor são
múltiplas.
Temos que dar atenção à mobilidade em nossas cidades,
melhorar o escoamento de nossa produção, produzir energia
por meio de uma matriz que aproveite o potencial oferecido
pelas fontes renováveis e de baixa emissão de carbono, ter
um sistema de telecomunicação eficaz e eficiente, ampliar o
acesso à internet de qualidade.
Tenho certeza de que, com o diálogo intenso com a
sociedade e aliado aos homens e mulheres de bem desse
país, vamos estabelecer as prioridades adequadamente para
ampliar a competitividade da economia brasileira.
O SENHOR SE PROPÕE A FAZER UMA
CAMPANHA INOVADORA E UM
MANDATO DIFERENTE. QUAIS SÃO ESSAS
DIFERENÇAS?
EDUARDO CAMPOS:
Primeira diferença importante,
se eleitos, eu e Marina Silva, não será em razão das grandes
estruturas de financiamento e marketing que os partidos
utilizam para se eleger, será pela vontade do povo brasileiro.
Não dispomos desses aparatos, mas temos ao nosso lado a
força das ideias, dos valores e das histórias de vida vinculadas
às lutas pelas causas e interesses da população e muita
disposição para dialogar com todos os segmentos da sociedade
para a busca de um caminho que nos coloque diante do avanço
e não do retrocesso político, econômico e social.
Segunda diferença importante: o mandato não será meu. Será
da Aliança Programática que se firmou para oferecer uma
alternativa ao país diante de uma bipolaridade que coloca em
risco as conquistas econômicas e sociais dos últimos anos. A
Presidência será ocupada por Eduardo Campos e Marina Silva,
duas lideranças políticas que se colocam a serviço do Brasil,
não para se servir do Brasil.
Terceira grande diferença, a governabilidade será sustentada no
compromisso com aqueles que se dispõem a contribuir para a
realização de uma agenda estratégica para o desenvolvimento
sustentável do país. Ninguém governa sozinho. Por isso,
queremos estar juntos daqueles que realmente pensam o
Brasil para o Brasil e para os brasileiros, não com aqueles que
querem tomar o Estado ou pedaços do Estado para chamar
de seu. Como tenho dito, no meu governo e no de Marina,
colocaremos na oposição a Velha República, representada por
todas essas raposas da política. A situação será composta por
aqueles realmente comprometidos com a democracia política,
social e econômica. E essas pessoas estão em vários partidos,
na academia, em diversas organizações sociais.
Eu, Marina e todos os demais companheiros de nossa Aliança,
estamos convictos de que o povo brasileiro decidiu ser o
principal protagonista de sua história. Não pretende mais delegar
esse papel àqueles que querem ser os pais ou as mães da pátria.
EDUARDO CAMPOS
CONFIRA, NA ÍNTEGRA, A APRESENTAÇÃO DE
EDUARDO CAMPOS DURANTE O BRASILSHOP 2014:
PSB
