Página 81 - Revista Alshop nº 218

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“As redes mais maduras e com estruturas profissionais já
têm em suas práticas de negócios a gestão do que chamamos
de Calendário Reverso: com base nas datas que tenho que
colocar cada grupo de produto na prateleira, quais os prazos
(takt-time), os processos e os indicadores de eficiência
que a empresa tem que atender”, avalia Ana Paula. Porém,
essa prática ainda não é o PLM, é apenas o primeiro passo.
“Agora, essas redes devem trazer a operação inteira – da
concepção do produto a quitação da duplicata do fornecedor!
– para o conceito PLM”, ressalta.
O grande beneficiário, além das próprias empresas, é o
consumidor. “Os consumidores querem novidade, preço e
qualidade. Não aceitam mais comprar um produto ‘barato’!
O consumidor quer preço bom!”, alerta Ana Paula, que
aconselha o PLM para quem quer trabalhar melhor o tempo
de renovação e giro dos estoques. “Poucos anos atrás, o
consumidor aceitava que o varejista lançasse duas coleções ao
ano: Verão e Inverno. Depois, alguns varejistas somaram uma
coleção de Alto-verão. Agora é produto novo toda semana,
quase 6 coleções ao ano”, lembra.
Além disso, a especialista aponta o custo de ocupação no
Brasil e os custos financeiros como argumentos para a
implementação do PLM – adicionados à infraestrutura, que é
um entrave para o crescimento das empresas, e à burocracia,
que afasta novos players do mercado. “Uma empresa de
vestuário que tem um ciclo de 9 meses, poderia reduzi-lo para
7 sem as barreiras de infraestrutura. Depois de aplicado o
PLM, o período total seria de, apenas, 5”, revela Ana Paula.
“Os varejistas têm que administrar os estoques na ponta do
lápis e gerar margens maiores e custos de financiamento de
estoque menores”, enumera ela.
“Esse cenário é positivo para que o varejista inove com
mais coleções – variedade de produto – e grades menores.
O consumidor se acostumará com a pressão de que tem que
comprar logo, senão acaba e não tem mais!”, acredita Ana
Paula, pontuando que o varejista que conseguir colocar o
ritmo em toda sua cadeia de suprimentos e sua gestão de
apoio vai ganhar competitividade.
CALENDÁRIO REVERSO