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Jonas Tucci descobriu-se um retratista aos 21 anos quando
percebeu que a maioria do seu arquivo de fotos era composto
por retratos. “Respeitei e me aprimorei nisso”, acredita.
“Sou muito interessado no ser humano: acredito que a gente
tem muita mágica. Enxergo no outro a sua aflição, a sua
felicidade, os seus sentimentos”, resume.
Sobre seu estilo e olhar pessoal, Tucci revela que na rua
busca o momento ideal para capturar um retrato. Momento
esse que precisa ocorrer antes de o fotografado perceber a
intenção do clique – ou, o que seria excelente – O Instante
decisivo . “A postura muda com a câmera aparente. A pessoa
vai ‘travar’ e, depois, preparar a autoimagem que considera
ideal ou se esconder”, diz. “Já no estúdio, a matemática tende
a ser oposta”, revela.
Transitando entre diversas frentes de atuação, Tucci sugere
que a publicidade é o caminho natural do fotógrafo que
consegue imprimir qualidade plástica em sua fotografia.
“Você precisa ter um alto nível de excelência para atuar
com publicidade e ela conta uma história – do produto, da
campanha – que não é a do artista, pondera ele, revelando,
entretanto, que o seu maior desejo é o de exalar arte em seus
cliques: “a arte é anterior a qualquer trabalho, é a base para
qualquer movimento de criação”.
Arte x trabalho