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Os shopping centers já detectaram essa nova modalidade de
negócios chamada de “economia do bem-estar”. Muitos já
exploram ações que vão do incentivo à prática esportiva à
readequação do mix de lojas – principalmente nas operações
da praça de alimentação. “Aqui no Shopping Bay Market nos
preocupamos muito com a qualidade de vida de nossos clientes
e, por isso, há 6 anos temos a parceria com o Projeto Gugu,
que realiza aulas de ginástica gratuitas, diariamente, em nossas
dependências”, conta a superintendente do mall carioca, Cristiane
Garcia. “Além disso, estamos sempre realizando eventos voltados
para os cuidados com a saúde, como aferição de pressão, controle
de glicose, dentre outros. E todos os meses trazemos uma ação de
conscientização e orientação sobre a saúde”, completa.
O Raposo Shopping, em São Paulo, atende a esse público
com a inserção no mix de lojas de operações com perfil
“saudável”. Exemplo é a Mundo Verde, pioneira na oferta de
produtos naturais, orgânicos e dedicados ao bem-estar. “Além
disso, mantemos, desde 2004, o Projeto Saúde e Movimento,
que busca incentivar hábitos de vida saudáveis por meio
da prática de exercícios físicos”, ressalta Yarina Pietro,
em referência às aulas gratuitas de alongamento, aeróbica,
ginástica localizada, entre outras modalidades, dirigidas
à terceira idade. Elas são realizadas em parceria com a
academia Space Fit e o apoio da Drogasil.
“A oferta desses serviços é uma forma de estreitar nosso
relacionamento com o público e nos diferenciar”, acredita a
executiva. Segundo ela, o shopping deixa de ser apenas um
lugar de compra e passa a ser um espaço onde as pessoas têm
seus momentos dedicados à saúde, ao bem-estar e às novas
amizades. “Ou seja, um lugar onde a pessoa pode resolver
toda a sua vida”, pontua.
Essa parece ser a tônica dos empreendimentos da Ancar
Ivanhoe. A Diretora de Produto do Grupo, Mariana Carvalho,
revela que a preocupação com saúde e bem-estar está no DNA
da organização. Ela conta que, além das ações desenvolvidas
para os consumidores – com algumas específicas de
responsabilidade social – a Ancar também desenvolve ações
para os colaboradores, como as aulas de jiu-jítsu ministradas
no Conjunto Nacional, em Brasília, que além de incentivar
a prática esportiva, promove a integração entre os vários
profissionais do shopping. Outros empreendimentos do grupo
oferecem aulas de ginástica laboral, funcional e até ioga para
idosos, atendendo a comunidade no entorno.
“O shopping deixa de ser um centro de compras para se tornar
um templo de acontecimentos, disponibilizando todo tipo de
atividades para atender os clientes durante o dia, ampliando o uso
do estabelecimento”, ressalta Mariana. O shopping Eldorado, em
São Paulo, pode ser considerado um case de sucesso no quesito
economia do bem-estar. Nele, está localizada a maior academia
de ginástica indoor da América Latina – com 9.300 m
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e 4.500
clientes ativos; em frente à academia, um “mercadinho” de
produtos naturais, que serve refeições prontas (e saudáveis); ao
lado, um spa dedicado aos atendimentos rápidos de relaxamento
e massagem e, no mesmo corredor, um laboratório de análises
clínicas. Um mix bem completo para os consumidores. Outra
ação de sucesso desenvolvida no mall é o incentivo ao uso do
bicicletário, convidando o consumidor a deixar o carro em casa e
visitar o empreendimento de bike.
“Saúde e bem-estar devem estar no planejamento da vida pessoal
e familiar”, acredita o doutor Lenílson. Ele conclui o pensamento
com uma dica: “quando um membro da família motiva, os outros
acabam acompanhando e se beneficiando. Desejo muita força e
saúde a todos que estão lendo estas palavras”.
NO VAREJO
TEMPLODEACONTECIMENTOS
A estratégia tem embasamento e potencial de sucesso: segundo
algumas pesquisas, cerca de 84% dos consumidores decidem a
compra no PDV. “Em nosso projeto Pão de Açúcar Vida Saudável,
mais de 80% dos consumidores que tiravam dúvidas com a
nutricionista no PDV, levam um ou mais produtos no carrinho do
segmento Diet, Light, Orgânico e Natural”, enumera.
Essa oportunidade ganha um viés ainda mais positivo
dentro do shopping center. A segurança e a comodidade
oferecidas pelos malls, aliadas à oferta de ótimos serviços e
produtos, lazer e convivência, são imbatíveis na preferência
do consumidor. “O que falta são projetos de fidelização,
baseados em informação e aproximação do consumidor com
o ambiente e não apenas nas lojas”, adverte o médico.