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Exemplo disso é o Shopping Gravataí, inaugurado recentemente
na Região Metropolitana de Porto Alegre. Com 160 lojas e cinco
salas de cinema distribuídas em 23 mil metros quadrados, o local é
o primeiro shopping do município. Graças ao bom planejamento,
o mall conseguiu conquistar um público que tinha o hábito de
frequentar centros comerciais em outras cidades. “Alguns clientes
têm vergonha de perguntar sobre uma loja ou outra dependência
do mall. Se a sinalização não for eficiente, eles acabam indo
embora do empreendimento”, avalia Albert Koelln, arquiteto do
M.Grupo, empresa que administra o Gravataí.
Ele conta que uma premissa do projeto foi a descrição da
comunicação – que não poderia brigar com as vitrines dos varejos.
“Ela não poderia ser protagonista do interior do shopping, chamar
a atenção. A ideia é que a sinalização só fosse percebida por quem
a estivesse procurando”, pontua Koelln.
Placas e demais elementos foram desenvolvidos e alocados
de acordo com o fluxo, motivo pelo qual há diferença, por
exemplo, na escolha das cores entre áreas de veículos e pedestres
– nos estacionamentos, tons marcantes ajudammotoristas a se
localizarem com rapidez, enquanto na parte interna, tons neutros
permitem que as operações se destaquem. “Nos estacionamentos,
por exemplo, o local precisa ser memorizado pelo usuário do
shopping center. Nesse espaço, usamos recursos diferenciados, com
mais elementos gráficos e cores mais sólidas e vibrantes”, explica.
Mussnich afirma que não é possível determinar regras aplicáveis a
quaisquer shopping centers, mas alguns cuidados são elementares
– como o uso de símbolos facilmente reconhecidos e um segundo
idioma nas placas de sinalização. “Cidades turísticas, como o Rio
de Janeiro e outras que receberão jogos da Copa, por exemplo,
precisam ter as informações em outra língua. No Sul do país,
o mais indicado é o espanhol, mas cada empreendimento pode
identificar o mais adequado”, lembra.
No interior do ponto de venda, as placas de sinalização
também são necessárias, principalmente em lojas de grandes
dimensões e aquelas conhecidas como “de departamentos”. Ao
NO MALL
PONTODEVENDA
criar a sinalização, é necessário considerar o projeto de visual
merchandising e a própria arquitetura da loja.
“Numa loja da Louis Vuitton você vê a bolsa sozinha na
vitrine, essa é uma indicação sutil. Já numa loja da C&A é
completamente diferente: há um conjunto de informações e
sinalizações orientativas, como placas indicando os caixas ou
a área dos provadores”, ressalta Mussnich, pontuando que todo
o material deve estar alinhado com o posicionamento da marca.
O ideal é que o consumidor perceba a sinalização mas que não
note a separação entre esses elementos e todo o conceito da store.
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