66
Não é de hoje que os hologramas infestam nossas cabeças
desde que apresentados nos filmes de ficção científica do
passado. Quem não se lembra da cena clássica de Star Wars
onde a princesa Leia envia uma mensagem holográfica através
do androide R2-D2 com um pedido de socorro a Obi-Wan
Kenobi? Pois é, o futuro chegou! Talvez não da forma como
previu George Lucas, Steven Spielberg, Robert Zemeckis e
alguns outros, mas, o mundo do entretenimento e da moda,
o comércio varejista e as agências de publicidade já utilizam
técnicas de holografia e realidade aumentada a seu favor.
O holograma é uma espécie de fotografia tridimensional que só
é possível graças à propriedade ondulatória da luz. Enquanto
a fotografia tradicional registra apenas a intensidade de luz, a
holografia, com o auxílio do raio laser, pode produzir imagens
em relevo de forma integral, transformando-as em visões
extremamente realistas.
Holografia é diferente do que conhecemos por 3D (enxergar
com o auxílio de óculos especiais a ilusão óptica de imagens
tridimensionais no cinema, TV e internet). Inventada em 1948
pelo físico húngaro Dennis Gabor, – que recebeu um prêmio
Nobel por essa criação em 1971 – só foi utilizada em 1965, após a
criação do raio laser, que era essencial tanto para produzir quanto
para visualizar os hologramas. A princípio, suas aplicações se
resumiam às análises de materiais e armazenamento de dados.
Já a realidade aumentada é um passo além, pois permite que
mundo virtual e real se integrem e interajam – e é uma poderosa
tecnologia que vem aos poucos se incorporando ao nosso
cotidiano. Nosso primeiro contato com a realidade aumentada
foi, há alguns anos, com a popularização dos QR Codes – que são
códigos em 2D (duas dimensões) que permitem o armazenamento
de muito mais informações que os códigos de barras tradicionais.
Esse foi apenas o pontapé inicial para uma invasão da realidade
aumentada, que hoje está presente em lojas, utilidades domésticas,
informática, games, entretenimento, medicina e onde mais você
possa imaginar. Um exemplo muito difundido de realidade
aumentada são os famosos óculos da Google, o Google Glass,
que une várias funções em pouco espaço: ele é telefone,
câmera, internet, GPS, entre outras coisas e já foi utilizado,
experimentalmente, até em cirurgias.
E nem Michael Jackson, Renato Russo ou Cazuza. Pelo
menos foi essa a emoção transmitida a milhares de fãs nos
shows póstumos encabeçados pelos hologramas dos artistas.
Tudo começou em 2012, quando Tupac Shakur, rapper morto
em 1996, apresentou-se juntamente com Snoop Dogg no
festival Coachella – importante e anual festival de música
da Califórnia – levando seus eternos fãs à loucura numa
projeção que custou cerca de US$ 10 milhões.
Depois do rapper, foi a vez de Elvis Presley e Michael
Jackson, reis do rock e do pop, respectivamente, se
apresentarem e emocionarem suas plateias. Aqui no Brasil,
tivemos nosso momento holográfico ‘recordar é viver’ com
os shows de Cazuza e Renato Russo, ídolos do rock nacional
que morreram em consequência do vírus HIV.
Já na terra do sol nascente, ninguém foi ‘ressuscitado’ por
imagens holográficas. Por sua vez, os japoneses, que parecem
sempre estar um passo à frente da humanidade no quesito
futuro, criaram uma artista holográfica que ganhou milhares
de fãs no país: Hatsune Miku é uma cantora holográfica 3D
projetada pela Crypton Future Media e usa um software
chamado Vocaloid. A personagem é tão real que age como
uma cantora humana interagindo com a plateia.
HOLOGRAFIA E REALIDADE AUMENTADA SÃO
OS NOVOS TRUNFOS DO VAREJO
Hologramaéomesmoque3D?
Elvis não morreu
O futuro chegou!